Primeiramente as capas do livro são soltas, sendo exposta a cola velha do lombo, que é retirada com a ajuda de uma pequena faca ( dependendo do tipo de cola, ela é solta facilmente com algumas marteladas no lombo ). Abre-se caderno por caderno cortando todos os pontos da costura antiga. Com todos os cadernos soltos fica mais fácil de verificar a integridade de cada folha, efetuando-se os consertos necessários. Dependendo do estado dos cadernos, as vezes é preciso reforçá-los todos, para que a costura nova não fique solta. De acordo com a quantidade de cadernos, utiliza-se no costura o "ponto-inteiro" para poucos cadernos ou "meio-ponto" para cadernos muito finos e numerosos.

Feita a costura, usa-se atualmente a cola branca no lombo do livro, que é muito mais prática de usar, e não fica quebradiça quando seca. É a vez de lixar o livro, para retirar o pó e fungos do tempo, e também para que fique com uma melhor aparência. Antigamente dourava-se a cabeça, o pé e a frente do livro, sendo desnecessário o lixamento.

Cola-se o cabeceado, as guardas, refila-se. O papelão é sempre cortado sob medida, e colado no livro deixando sempre uma pequena margem para o "encaixe", que é feito numa prensa especial, com auxílio do martelo. Com o lombo devidamente forrado, é hora da lombada de couro ( já com suas nervuras e gravação ), cobrindo cerca de um quarto da capa do livro, sendo o resto coberto por papel marmorizado, pintado à mão, valorizando ainda mais o serviço. Em encadernações mais luxuosas, usa-se o couro recobrindo todo o papelão. Finalizando a encadernação, as guardas são coladas por dentro da capa. Fios dourados na lombada dão o toque final na obra.

Hoje em dia, usa-se muito a encadernação em percalux, mais barata que a de couro, mas menos duradoura. Uma encadernação bem feita em couro, e a conservação correta do livro, longe da umidade e calor excessivos, com certeza permitirá aos seus netos a utilização do livro por toda a vida.